sábado, 22 de maio de 2010

Just another tragedy...

"Gosto...

...do veneno mais forte,
do cigarro que me queima a garganta,
da dor que me sufoca,
dos passos perdidos de meus pés desorientados,
do calor insuportável que queima minha alma,
do frio intenso que gela os pensamentos,
do medo que se esconde em cada sombra,
do abismo à frente do meu hoje,
do cheiro que o desespero desperta em meus sentidos,
da cor da covardia estampada nas faces alheias,
do tom da respiração ofegante diante de um último suspiro,
da névoa dúbia que sobe e paira sobre certas certezas incertas,
do amargo que guardo bem abaixo de minha língua,
do gosto ferruginoso do sangue que, por vezes, corre meus lábios,
do modo que 'falo' apenas através de meus olhos,
das formas que as palavras tomam nos ouvidos de cada um,
dos meios injustificáveis e seus fins inimagináveis,
dos tons pastéis das tardes de outono,
das pessoas frias em dias de inverno,
da tristeza contida na queda da mais bela flor quando primavera,
da brisa que leva a revoada de verão,
da despedida despida de etiquetas,
dos abraços coração-a-coração,
das músicas cantaroladas sem porquê,
do movimento que meu cabelo toma por entre dedos,
do tom desafinado do coro da vida,
da força que a paciência exercita,
do desfoco de olhares desatentos,
do nada admirado sob qualquer ponto de vista,
do tic-tac do tempo contado erroneamente por meros objetos,
da dimensão e imensidão de fatos ridiculamente fúteis,
de palavras incertas sobre certezas desconhecidas,
de sorrisos tão frios quanto as atitudes que o precedem,
da marca da hipocrisia impressa em passos alheios,
das frias palavras impressas em pequenos caracteres,
do reflexo no fundo de minha caneca pós-café,
das memórias felizes contidas em papéis tristes,
do novo,
do velho,
do ainda não vivido."

César C. Santos

quinta-feira, 13 de maio de 2010


Sabe, acho que algumas vezes a melhor saída está bem em nossa frente.
Escondida no óbvio mesmo.
Não o que queremos que seja o óbvio. Não dá pra mudar o óbvio.
Ele é óbvio, oras.
Certamente que não falo só sobre mim. Falo de um modo geral.
Pense. Reflita. Repense. Também está na sua frente, bem aí.
Geralmente, se encontra bem embaixo dos nossos narizes.
Algumas respostas bem óbvias que, geralmente, preferimos não enxergar. Por comodismo, por medo, por dor, por quaisquer que sejam os motivos.
Não sei, mas - agora de mim - parece que o que precisei, e preciso, sempre esteve aonde mais olhei.
Olhava e só via, não entendia o que estava ali.
Agora eu entendo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Não: devagar. Devagar, porque não sei onde quero ir. Há entre mim e os meus passos uma divergência instintiva."

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Sossega, coração inútil, sossega!
Sossega, porque nada há que esperar, e por isso nada que desesperar também... "