quarta-feira, 28 de abril de 2010

O que importa é a consciência leve.

Muitas vezes, as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as, assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil, assim mesmo.

Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e inimigos verdadeiros.
Vença, assim mesmo.

Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco, assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz, assim mesmo.

O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem, assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você, assim mesmo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Relacionamentos

"Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- é... não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.
Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ???"

- Arnaldo Jabor

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"À Deus o que é de Deus,
Ao povo o que é do povo,
À César o que é de César."

Ultimamente o que tem sido de César?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Sem ter pra onde ir, correu. O mais rápido e mais distante que pôde.
Não teve tempo de se olhar uma última vez no espelho. Não teve tempo de sequer lhe olhar uma última vez.
Quando se deu conta, estava longe, só.
Só, não por estar sem ninguém, mas por estar no meio de tantos, sem ter quem lhe desse a mão, como um dia, esse lhe fizera.
Alguém que lhe fizesse dirigir sem destino e sem pressa durante a noite. Alguém que lhe fizesse sorrir por bobeiras e por caretinhas feitas no vão das mãos, fora do alcance de olhos curiosos. Alguém que ficasse feliz em ter fotos dos pares de pernas, pés e tênis jogados num terminal de ônibus.
Enfim, correu. Com todo aquele filme passando pela sua mente, repetidamente, incessantemente.
Lembrava de tudo, desde o início. Primeira conversa. Primeira vez que se viram. Primeira vez que caminharam longamente madrugada à dentro. Primeira vez que viu seu corpo quase que sendo levado pelo ritmo de músicas agitadas em câmera lenta.
E tudo ia passando. Cada passo que dava, mais memórias ressurgiam.
Lembrou também, da primeira vez que lhe penteou os cabelos com um estilo diferente. Lembrou do dia, que sentados numa árvore, tiraram fotos, jogaram conversa fora, e seus olhares se prometeram um ao outro pra sempre.
E, ao lembrar disso, se sentiu sem forças, nem pra correr mais. Parou.
Relembrou tudo, uma última vez. Respirou fundo.
Lágrimas escorreram. Refletiu.
Viu que isso tudo que os aconteceu, pode não ter sido nada, como pode ter sido tudo, por um instante. Viu que se cegou, se omitiu e se entregou demais em virtude da felicidade alheia.
Sentou. Olhou para o lado. Um antiquário. Um espelho, daqueles de corpo inteiro, refletia a meia luz de um fim de tarde. Levantou-se. Ia em direção ao espelho não enxergando nada. Bem rente a face do espelho, lá estava. A falta do reflexo. Não se via, nem entendia o motivo de tal.
Só via o passado. Mãos dadas. Futuro planejado. Fotos tiradas. Momentos guardados.
Chorou mais uma vez. Agora de desespero. Não sentia mais nada, não pensava em mais nada. Nada relacionado a si.
Gritou. Chorou. Gritou novamente. Dessa vez, uma mão se levantou. Cacos no chão. Sangue escorrendo. Tudo parecia escorrer pelo vão dos dedos.
Súbitamente, um suspiro fundo. Recuperou os sentidos. Não a razão. Mas se levantou.
Olhou ao redor. Só viu o Sol se despedindo. Até o Sol, lhe deixara naquele momento.
Foi quando percebeu. O Sol, não deixava nunca. Nem lhe deixava, nem deixava ninguém.
Se acomodou próximo a uma árvore de pequena copa. A Lua subiu, as estrelas 'acenderam'.
Naquela noite, não dormiu. Lembrou de tudo. No final, só restariam lembranças mesmo. Pensou mais uma vez em tudo. Decidiu voltar.
Enquanto voltava, observava tudo. Casais passeando juntos. Mães com seus filhos a passear. Senhores de idade jogando gamão na praça serena. O carteiro cumprindo sua rotina numa manhã de outono. Tudo.
Ainda guarda a pureza e a sinceridade daquele amor no peito. Mas não o grita mais. Talvez morrerá dentro de si. Talvez aflore novamente. Talvez tenha sido bobagem. Talvez tenha sido real. Não sabe. Sabe de si. Mas não sabe.
Fingindo que nada disso tinha acontecido. Retomou seus passos na direção de seus sonhos. De seu mundo novamente. Cada passo era uma partícula desse amor que caía, e antes mesmo de chegar ao chão, o vento a levava ao alto, junto aos pássaros, às nuvens, ao céu. Onde lá, esperaria pelas outras, para formarem uma lembrança eterna do que passou.
Não desejou que fosse assim. Não queria que fosse assim. Apenas foi. Sem chance de se explicar. Sem chance de tentar se explicar. Apenas foi. Como muitas coisas haviam sido, ido.
Mas uma coisa, ainda guarda pra si. Mesmo sem essas pequeninas partes caídas, ainda tinha a pureza, o gosto da pureza daquele beijo, daquele abraço, daquele amor.
Não lutaria mais. Levantara a bandeira branca. Desistiu. Se entregou à realidade.
Mas, o sonho ainda dormia, calmo, leve, puro, como uma manhã dominical.
Descansava ao som da batida de seu coração, junto ao seu coração. Ileso. Longe de quaisquer olhos curiosos.
Esses olhos, que muitos deles, não tiveram amor igual, não sentiram nem vivenciaram nada na mesma proporção; esses olhos que invejavam tal sensação. Segurança, tranquilidade, paz, liberdade, mesmo estando com alguém, livre.
Lá, ficou, fica e ficará. Pois está tranquilo, calmo. É puro, sincero. Intocável, imperecível."